A incerteza e o Cérebro

Incerteza ativa centros emocionais do cérebro



Quanto maior a incerteza em relação a uma escolha, maior a atividade das regiões do cérebro responsáveis pelas emoções, observaram pesquisadores num estudo publicado nesta quinta-feira nos Estados Unidos.

Para testar as reações dos centros neuronais do cérebro, onde ocorrem as atividades emocionais, os pesquisadores submeteram um grupo de pessoas a várias escolhas, utilizando dois baralhos de 20 cartas cada um.

O primeiro jogo continha 10 cartas vermelhas e 10 azuis. Estas mesmas cores estavam presentes no segundo jogo, mas sua distribuição era desconhecida dos participantes. Nos dois casos, os participantes deveriam apostar dez dólares na cor de uma carta.

Uma observação do cérebro dos participantes, com um sistema de imagem por ressonância magnética, mostrou que dois importantes centros das emoções, a amígdala cerebral e o córtex orbitofrontal, registraram uma atividade mais intensa quando essas pessoas foram submetidas às escolhas mais difíceis.

Esta pesquisa, que aparecerá na revista Science de 9 de dezembro, mostra, nos seres humanos, uma preferência pelas "escolhas com riscos calculados em detrimento das mais ambígüas" e destaca que os centros emocionais do cérebro ajudam a enfrentar a incerteza.

"A compreensão das reações neuronais em relação à incerteza da escolha é importante porque estas decisões constituem uma atividade fundamental em todos os níveis do funcionamento societal, quer se trate de investir individualmente ou, para os países, de avaliar os riscos militares ou terroristas", estimou um dos pesquisadores, Ming Hsu, do Instituto de tecnologia da universidade da Califórnia (oeste).